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Mostrando postagens de julho, 2017

Livro 2 - Página 8

Muito se engana aquele que acha que por estar no plano espiritual está livre dos sentimentos que aqui achamos ser de nossa mente apenas, mas que estão enraizados no espírito e que não são diferentes do que sentimos na carne. A diferença é que aqui no plano espiritual sentimos tudo na raiz, o espirito fala mais alto, não temos a carne para nos atrapalhar ou influenciar. E foi assim que eu descobri que, apesar de passar um tempo trabalhando com os mensageiros e sendo um deles, eu ainda trazia em mim o orgulho e a arrogância de sempre. E foi assim que entrei naquele centro de tratamento da Senhora do Tempo. Primeiro eu me sentia traído pelos meus companheiros: eu estava em uma clínica de repouso com pessoas que diziam estar lá por minha causa (pelo menos uma delas dizia) e eu ficava me perguntando o que eu fizera para receber um tratamento desses, perdia a oportunidade bendita de ser tratado na minha dificuldade e de aprender com a lição que o Mestre Maior queria me ensinar. Meu quar

Livro 2 - Página 7

Leda era um ser fantástico e não achei outra palavra para definir sua irradiação de amor. Um turbilhão de energia rodeava a mulher como um furacão e eu não conseguia tirar meus olhos desse ser tão magnifico. Entramos no saguão e por todo lado as paredes eram cobertas de bambus, raios em dourado desciam do teto e uma brisa balançava as folhas. As pessoas caminhavam em sua maioria com pastas ou pranchetas nas mãos, as roupas eram comuns: em sua maioria todos usavam branco e um avental que se dividia entre o vermelho e o dourado. Um balcão em U ficava no centro do saguão e, em como todos os prédios da cidade, tivemos que nos identificar antes de subirmos por um elevador de vidro que parou no 78º andar e aí o cenário mudou drasticamente. O local era quase vazio, um imenso corredor com portas de carvalho (lembrava muito um corredor de hotel), quadros de Iansã estavam na parede. No final, uma imagem de Santa Barbara em um oratório e velas acesas, alguns bancos faziam daquele canto um l

Livro 2 - Página 6

Eu acordara atordoado com uma sensação de culpa e saudade, por minutos não senti o meu corpo. A máquina fora desligada, mas eu permanecia na maca, tanto pelo desgaste do meu períspirito como por vergonha de ainda estar em prantos. Os enfermeiros desligavam os eletrodos com muito carinho, porém sem se incomodarem com o meu pranto. Maria segurava minha mão e Mariana me sorria o sorriso dos que amam e que acolhem as dores de seres tão imperfeitos quanto eu. Ela foi a primeira a falar: – Ortêncio, você está de volta, meu amigo, como se sente?  Demorei alguns segundos para compreender a pergunta e com a voz embargada respondi:  – Ainda não sei Mariana, meu corpo está cansado e minha mente parece estar funcionando muito devagar.  – Eu lhe avisei, amigo, que não seria uma viagem fácil, muitos demoram semanas para ir até aonde você foi e, olha que esse só foi o primeiro passo, precisamos de muito mais tempo para abrir as portas que seu subconsciente fechou devido aos traumas do corpo e do es